Embora muitos pensam que a internet é terra sem lei, pessoas podem ser responsabilizadas por seus atos no mundo virtual. Como forma de educar usuários de plataformas digitais, a Justiça brasileira passou a mirar os administradores por práticas ilícitas por parte de participantes.
A Justiça de São Paulo condenou uma garota que gerenciava um grupo de WhatsApp a pagar R$ 3.000 a integrantes que foram xingados por outros durante uma conversa. O grupo “Jogo na casa da Gigi” foi criado em 2014, quando ela tinha 15 anos, e reunia colegas de escola.
Alguns garotos começaram a disparar ofensas homofóbicas contra três dos integrantes. Em meio ao falatório, a jovem até decidiu acabar com o grupo, mas voltou atrás e criou outro. Porém, as ofensas continuaram.
Em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, um grupo de WhatsApp teve ofensas homofóbicas por um integrante que é servidor municipal e diz ser de direita.
Na ocasião, o servidor municipal José Roberto, conhecido como “Betão”, disparou ofensas contra um líder político local, Luiz Aldama, que foi chamando de “Bicha da Mata”.
Assumidamente homossexual, Luiz conta que brincadeiras em tom pejorativo, com cunho homofóbico, são frequentes por parte do servidor do município.
“Como sou conhecido aqui na cidade, fiz um vídeo promocional. Porém, o Betão sempre que se refere a mim, não me chama por meu nome Luiz Aldama, mas, por “Bicha da Mata”.
No grupo de WhatsApp, Betão enviou um áudio no qual não se dirige ao Luiz pelo nome.
No áudio que circula, José Roberto tenta denegrir um grupo político que não é o dele e dispara as ofensas: “Ih, Bragão tá fodido, ein?! Zoim, Fernandin, Bicha da Mata. Cê tá doido. Tá bem servido, menino”, diz na mensagem.
“A forma com que ele fala é uma forma jocosa e ofensiva”, afirma Luiz, que conta que se sentiu desrespeitado por “Betão” no grupo de mensagens, no qual agrega centenas de pessoas.
“Me senti desprestigiado. Eu acho que ele [Betão] tem que respeitar as pessoas. Eu não estou vivendo no personagem “Bicha da Mata” 24h. Aquilo foi um momento promocional. Agora, ficar utilizando esse termo para se referir à minha pessoa com tom pejorativo, foi absurdo”, lamenta.
Ao Goiás Notícia, José Roberto (Betão), pontuou que Luiz Aldama gosta de se vitimizar.
“Ele mesmo fez o vídeo falando que ele é a “Bicha da Mata”, ele mesmo colocou esse apelido nele”, diz o administrador do grupo.
Apesar do áudio no grupo, Betão afirma que não chamou Luiz de “Bicha da Mata”.
“Hora nenhuma eu falei que fulano é o bicha da mata, diferente dele que tem um vídeo falando sobre ele. O cara vem se vitimizar por um vídeo que ele mesmo fez”, ressalta.
Questionado a forma pejorativa de chamar Luiz Aldama de bicha da mata, Betão alega que quem propagou o nome foi o próprio Luiz.
“Se eu faço uma propaganda, inventando um personagem para mim, o povo vai me conhecer por aquilo. Não é só eu que chamo ele de bicha da mata”, defende.
Conforme especialistas, se você for vítima de um crime virtual através de mensagens ofensivas, deve, inicialmente, colher as informações, registrar a ocorrência por meio de uma ata notarial e registrar um boletim de ocorrência.
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