Motoristas de ônibus do Eixo Anhanguera fazem paralisação para cobrar que sejam vacinados contra Covid-19

09/04/2021 14:51:12

Motoristas de ônibus do Eixo Anhanguera fazem uma paralisação desde o início da manhã desta sexta-feira (9), em Goiânia. Eles se reuniram em frente à garagem da Metrobus, responsável pela operação, para reivindicar a vacinação da categoria contra a Covid-19.

Por causa da paralisação, não estão circulando ônibus do Eixo Anhanguera na Região Metropolitana de Goiânia. Nos terminais da capital, passageiros que aguardavam a chegada dos ônibus ficaram confusos e precisaram ser orientados por funcionários.

Segundo a RedeMob Consórcio, essa paralisação afeta cerca de 40 mil passageiros, "o que representa algo em torno de 20% do total de usuários transportados diariamente" na Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC).

Também de acordo com a RedeMob, apesar de o Eixo Anhanguera não estar rodando por causa da paralisação, "todas as demais linhas do sistema Metropolitano de Transporte Coletivo estão funcionando normalmente".

Por meio de nota, a Metrobus informou que está acompanhando a paralisação realizada nesta manã e que "está dialogando com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores para que a operação seja normalizada o mais rápido possível".

Tambpem conforme o texto, a companhia recebeu representantes da categoria durante a semana para negociar as reivindicações e os assegurou de que "todas as medidas possíveis estão sendo tomadas".

Também de acordo com o comunicado, a empresa "desde o início da pandemia vem tomando todas medidas para conter o avanço da Covid-19 entre os seus colaboradores".

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que o governador Ronaldo Caiado (DEM) já mencionou a inclusão de motoristas do transporte público nos grupos prioritários de imunização. Segundo o governo, o grupo "deverá ser priorizado nas próximas etapas da vacinação contra a Covid-19".

Ainda conforme nota divulgada pela SES, os motoristas são prioridade na vacinação, "mas ainda não foram contemplados para receberem as doses da vacina nesta etapa que está em andamento", de acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI).

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) informou que "é totalmente a favor da vacinação dos trabalhadores do transporte público coletivo, mas que a paralisação do serviço não é a solução".

A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) informou, em nota, que entende que o ato dos motoristas "tem apelo legítimo e espera que a categoria possa ser incluída no cronograma do Plano Nacional de Imunização - PNI, o mais rápido possível".

Ainda de acordo com o comunicado, a CMTC descreveu que "tem trabalhado com os gestores públicos ações para mitigar os impactos da pandemia no sistema de transporte, seja em relação aos trabalhadores ou usuários, incluindo-se a exigência de medidas sanitárias mais rígidas pelas concessionárias".

Reivindicações

Segundo os trabalhadores que participam da paralisação, a proposta é manter o ato até o final do dia. Eles contaram à TV Anhanguera que pedem a imunização dos 3,5 mil motoristas da categoria, já que vários são idosos, ficam todos muito expostos ao coronavírus e que os passageiros nem sempre respeitam as medidas sanitárias de controle da pandemia.

A categoria também informou à reportagem que quer a volta de um benefício que teria sido suspenso em março deste ano, um anuênio de 3% a mais no salário. Segundo advogado que representa os trabalhadores, essa suspensão foi feita sem prévia negociação com os motoristas.

Efeitos

Por causa da paralisação, usuários do transporte coletivo da Região Metropolitana relataram que houve confusão e aglomeração nos ônibus que estão circulando e nos terminais.

Foram registradas imagens de pessoas muito próximas umas às outras e tentando embarcar em Senador Canedo, no Terminal Padre Pelágio, entre outros pontos.